terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Diálogo amoroso

– Permita apaixonar-se por mim.
– Eu não posso...
– Não pode ou não quer?
– Assim, eu não sei...
– Diálogo confuso o nosso.
– Sim, estou confuso, a respeito de tudo.
– Tudo o que?
– Você, meu coração, o que quero.
– E que dúvida há sobre mim?
– Se devo amá-la ou não.
– Ah, mas quando a gente ama...
...não existe dever!
– É certo que não sei o que dizer.
– Ora, ou se ama ou não se ama, simples.
– Talvez goste mais de mim...
...do que eu de você.
– Um soco no estômago?
– Não foi intenção, desculpe-me.
– Então, qual intenção?
– Jamais ia querer ferir seu coração...
– Nada que se explique.
– Eu a amo. Pronto, disse!
– Pronto? Acredito que esteja...
...ficando louco!
– O que você quer de mim?
– Que se apaixone um pouco!
– Como se não houvesse amanhã?
– Pense assim: amanhã não estaremos vivos.
– Eu não posso...
– Não pode o que? Uai!
– Apaixonar-me um pouco...
...quando já me apaixonei demais.

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